sexta-feira, 5 de março de 2010

O Divórcio e a Vontade de Deus


ACONSELHANDO À LUZ DA BÍBLIA


“Pastor, eu posso me divorciar?”
Este é, sem dúvida alguma, um assunto muito polêmico e delicado para se dar uma resposta “curta e grossa”, até porque existem casos e casos, e não conhecendo a fundo a situação verdadeira, os motivos que levaram determinado indivíduo à conclusão de que o divórcio é a melhor solução, as brechas que foram dadas, o que a outra parte tem a dizer sobre tudo o que aconteceu, e outra série de fatores, dizer um “sim” ou “não” é algo que somente o SENHOR pode fazer.
Mas, a Palavra de Deus nos dá uma base para toda e qualquer situação, pois ela é o Verbo (Logos) de Deus e Deus não nos deixou só. Por isso, posso resumir a questão de casamento e divórcio em dois termos: Vontade Permissiva e Vontade Efetiva.

REGRA GERAL

Apóstolo Paulo escrevendo aos coríntios declarou:
“Todavia, aos casados mando, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se aparte do marido. Se, porém, se apartar, que fique sem casar, ou que se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher”. (I Cor 7:10-11)


COMPREENDENDO A VONTADE DE DEUS

Vontade Permissiva - Deus “permite” o divórcio nos casos - e somente - de adultério ou viúves, uma vez que o novo casamento se dê com um “crente” no Senhor. (veja 1Cor 7:39; Rm 7:2-3; Mt 5:32; 19:9)
Vontade Efetiva - Embora Deus “permita” o divórcio nos casos de adultério, a sua “Vontade Efetiva”, contudo, não é a separação, mas a reconciliação cujos critérios essenciais são, do lado ofensor: o arrependimento, e, do lado ofendido: o perdão (Veja Mt 19:6 e 8; Malaquias 2:13 a 16). Podemos observar na Bíblia, que mesmo em casos de adultério a vontade efetiva de Deus era a reconciliação, uma vez que o próprio povo santo adulterava contra o SENHOR e ainda assim Ele o perdoava e buscava a reconciliação, como fora representado pela história de Oséias (leia Oséias, o livro todo).

E esta reconciliação se dá mediante:

  • Desejo de fazer a vontade de Deus;
  • Desejo de perdoar ao outro e a si mesmo;
  • Arrependimento dos dois lados (do que adulterou e do que deu brechas para que isso acontecesse, quando for o caso);
  • Diálogo (Fator imprescindível);
  • Aconselhamento com os líderes ou conselheiros da igreja;
  • Humildade;
  • Intercessão pelo cônjuge afastado;
  • Intercessão pela restauração matrimonial;
  • Intercessão pala unidade e equilíbrio familiar;
  • Amor, Perseverança e Fé.

CONSEQUÊNCIAS DA VONTADE DE DEUS

Embora haja uma “permissão divina” para a separação e novo casamento (somente nos casos de adultério e ou viuvez, onde o novo casamento se dá com um “crente”), as conseqüências dessa decisão trarão algumas limitações e ultrajes:
1) A pessoa casada segunda vez, não poderá ter cargo eclesiástico na Igreja de Cristo, (obreiro, diácono, pastor, presbítero, etc...), uma vez que ela não terá em si o testemunho nem respaldo para aconselhar casais em crise (1Tim 3:1,4,5; 3:12).
2) Seqüelas na educação e formação do caráter dos filhos.
3) Tribulações no novo casamento, devido as seqüelas da anterior aliança que foi quebrada (Um vaso quebrado e remendado nunca será igual a um vaso novo), trazendo cobranças, inseguranças, comparações, e outros fatores.
Nós temos de Deus aquilo que Ele “permite-nos” fazer, e aquilo que Ele “gostaria” que fizéssemos. Daí vai do coração de cada um, da intimidade e da comunhão de cada um com Deus, e da PAZ que o Espírito Santo nos dá em relação as nossas decisões (Paz esta que se dá não somente mediante a nossa consciência, mas em respaldo a Palavra de Deus).

UMA EXCESSÃO À REGRA

Paulo ainda falando aos coríntios acrescenta um parecer pessoal, não dado como mandamento, mas como alguém que conheceu a “vontade efetiva” de Deus sobre o divórcio quando um dos cônjuges se converte e o outro não. Vejamos:
“Mas aos outros digo eu, não o Senhor: Se algum irmão tem mulher descrente, e ela consente em habitar com ele, não a deixe. E se alguma mulher tem marido descrente, e ele consente em habitar com ela, não o deixe. Porque o marido descrente é santificado pela mulher; e a mulher descrente é santificada pelo marido; de outra sorte os vossos filhos seriam imundos; mas agora são santos”. (1Cor 7:12-14)

Obviamente que Paulo não poderia dizer que era mandamento de Deus não se divorciar, quando o próprio Deus, respeitando o livre arbítrio do homem (e a dureza de coração deste) já havia consentido o divórcio nos casos de adultério, através da Lei mosaica. Isso demonstra o caráter e o temor de Paulo em não dizer na sua aversão ao divórcio: “Assim diz o Senhor” para aquilo que o Senhor não disse, embora deseje. nfelizmente muitos cristãos hoje não têm esse caráter e temor e muitos se deixam levar por suas próprias convicções e preconceitos, buscando colocar um jugo pesado sobre as pessoas, quando Deus não ordenou, e constantemente dizem das suas concupiscências e falsa religiosidade: “Assim diz o Senhor”.

CONTINUANDO...

Mas, se o descrente se apartar, aparte-se; porque neste caso o irmão, ou irmã, não esta sujeito à servidão; mas Deus chamou-nos para a paz. (v. 15)
Paulo está ensinando que a pessoa que se converte deve lutar (com as armas do Espírito e não da carne) para que o seu cônjuge alcance a salvação, resultando numa comunhão plena de paz e harmonia no seu lar e aos seus descendentes (filhos) e ministre sem palavras um testemunho do poder reconciliador e transformador de Deus. E este princípio de fé é tão importante que Deus institui-o como condição sine qua non para o exercício do ministério pastoral e o diaconato. (ver 1 Tim 3)
A conjunção adversativa “mas” que inicia o versículo 15 pode ser substituída por uma locução adversativa “ainda assim”, por exemplo. Parafraseando o versículo:
Mas se ainda assim, depois de tudo, de lutar com todas as armas que Deus deu e estar em paz de que fez de tudo para salvar essa união o seu cônjuge descrente não quiser permanecer ao seu lado por você ser crente, e ele quiser ir embora por não querer comungar dessa mesma fé, então deixe que vá, pois Deus está te dando um livramento.
Ainda assim, o versículo não fala nada sobre um possível segundo casamento, apenas sobre a posição de estar separado (por decisão da parte descrente) sem sentir-se condenado ou frustrado.
Agora, muitas vezes o irmão ou irmã vive uma vida mais religiosa do que espiritual, deixando de lado suas responsabilidades matrimoniais e do lar com a desculpa de “estar cuidando primeiro das coisas de Deus” (como se a família não fosse plano de Deus) e acaba matando a relação (que é nutrida por aquilo que temos de mais precioso: o tempo) às vezes de forma até premeditada e usa isso como “desculpa” para o divórcio culpando o outro de ser incrédulo e de estar contra a sua fé (pra não dizer religião) quando na verdade o problema está na falta de entrega (do seu tempo, cuidado e carinho) de um ao outro (principalmente do homem em relação à mulher), na falta de submissão (no caso da mulher em relação ao homem), e na falta do diálogo sincero, fatores essenciais para um casamento feliz e abençoado.
E achamos com isso, que Deus se preocupa com o formalismo dos mandamentos e não com a essência do mesmo. Isto é o que a Bíblia chama de “farisaísmo” que é interpretar a Bíblia tendenciosamente e não segundo a essência da mensagem e da inspiração.
Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel. (1 Tim 5:8)

O insensato - aquele que tem falta de temor a Deus – levado pela fraqueza de caráter, pelas tentações, e por suas próprias concupiscências, usa artifícios da Lei de Deus (rudimentos) para se promover no erro (tal como o que usa do formalismo da lei do Estado para cometer atos ilícitos), e acha que Deus não vê. Mas, o sensato, busca acima da liberdade da Lei de Deus, conhecer a essência da mesma, e, por conseqüência, a vontade efetiva de Quem a prescreveu.

PRIMEIRO PASSO ANTES DE TOMAR QUALQUER DECISÃO

Embora o dito popular ensinar que “se conselho fosse bom, ninguém daria de graça” e que “em briga de marido e mulher não se mete a colher” a Palavra de Deus, por sua vez, nos aconselha a buscarmos a orientação de pessoas sábias (Prov. 11:14), portanto, nada mais certo do que o indivíduo buscar conselhos com os “presbíteros e anciões” da Igreja, aqueles que estão em posição da autoridade e que têm em seu testemunho de vida, os requisitos fundamentais para aconselhar, dentre os quais eu destaco:
  • Irrepreensível;
  • Marido de uma mulher (casado uma única vez);
  • Vigilante;
  • Honesto;
  • Apto para ensinar (mestre nas Escrituras);
  • Não contencioso;
  • Não avarento;
  • Que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia (Porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?);
  • Não neófito;
  • Bom testemunho dos que estão de fora (não cristãos, vizinhos, colegas, etc);
  • Não de língua dobre;
  • Guardar o mistério da fé numa consciência pura;
  • Ter sido primeiro provado, depois aprovado.
I Timóteo 3:1-12
Não estou dizendo, com isso, que qualquer discórdia você tenha que correr para o aconselhamento, de modo algum, e fazer assim na verdade pode arruinar o casamento, uma vez que aquilo que poderia ser resolvido entre o casal torna-se pejorativamente público, exposto a mais problemas ainda. O aconselhamento vem quando as duas partes não encontram mais a solução sozinhas. Daí a necessidade de buscar uma palavra de sabedoria no aconselhamento pastoral.
Muitos não sabem, mas muitos problemas do casamento provêm de relações anteriores, de práticas sexuais ilícitas, de pornografia, do sexo antes e fora do casamento, da prostituição dentro do casamento (e não estou falando de adultério, mas da prostituição [concupiscência da carne] que se comete com o próprio cônjuge) e tudo isso traz seqüelas, feridas na alma, traumas, revoltas, e tantas outras coisas que devem ser tratadas, começando pelo diálogo, confissão, arrependimento (que é a consciência do erro e a mudança de direção do pensamento errado para o certo), atitude, consagração e, em último caso, mas não menos importante: ACONSELHAMENTO.

O PROBLEMA DO LITÍGIO

O cristão que está em crise e que tem pendências com outros, seja no casamento ou em qualquer outra área de sua vida, não deve buscar aconselhamento fora da igreja nem de cristãos neófitos (novos na fé) ou que não tenham em si o testemunho acima mencionado, exceto nos casos em que a intervenção jurídica (cível) seja necessária, mas não antes de passar primeiro pelo aconselhamento da igreja. (ver 1 Cor 6:1-8)


SUBMISSÃO AS AUTORIDADES

Se há uma tentativa em esquivar-se de conversar com a liderança da sua igreja ou a precipitação a não aceitação de sua resposta, então devemos pensar antes se é a nossa intimidade que estamos tentando preservar ou se estamos fazendo algo que a nossa consciência nos condena e sabe que se vir a luz terá que ser tratada.
“Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” (João 3:20-21)

Infelizmente há casos em que o líder ou conselheiro não está qualificado para ministrar outros, como por exemplo, aquele que foi constituído pela igreja como ministro de Deus sem ter as qualificações que Paulo recomenda ao pastor Timóteo que ele observe antes de consagrar alguém ao ministério; ou aqueles que mesmo numa posição de liderança, estão claramente demonstrando em seus frutos a falta de comunhão com Deus e a falta de conhecimento da Palavra de Deus (Sua Vontade Efetiva), e neste caso, seria conveniente que o irmão ou o casal procurasse um outro líder ou ministro de Deus, que comungue da mesma fé cristã evangélica e que, obviamente, tenha no seu testemunho os requisitos acima mencionados.
Quem quer obedecer a Deus e fazer a Sua Vontade Efetiva se submete às autoridades que Ele constituiu (que são claramente reconhecidas por seus frutos e não especificamente por seus títulos), mas quem não quer se submeter à Vontade de Deus sempre irá procurar alguém que concorde com suas decisões cuja própria consciência em si já o condena.
Examinar a Palavra de Deus é sinal de nobreza! (Atos 17:11)
E sujeitar-se a Ele é a melhor decisão! (Salmos 111:10; Jó 28:28)

MAS, E QUANDO O AMOR ACABA?

Recentemente ouvi uma palavra do Pr. Silmar Coelho, que define claramente essa pergunta. "A segurança de um casamento não está no amor (sentimento), mas no ‘voto’ que foi feito”.
Parece insensível falar assim, mas a verdade é que quando casamos, a primeira aliança que fazemos é com Deus e não com o cônjuge. Nós subimos ao altar e dizemos a Deus que estamos fazendo uma aliança diante Dele e dando a nossa palavra de que não importa o que aconteça, nós estaremos juntos (na riqueza e pobreza, alegria e tristeza, saúde e doença...) onde somente a morte poderá nos separar, resultando assim no cumprimento total de uma aliança. E nós damos a nossa palavra a Deus que faremos isso. A diferença entre os votos de um cristão e um não cristão não difere diante de Deus uma vez que Ele não faz acepção de pessoas. A diferença está naquele que tem o seu "sim = sim" e "não = não", o que supostamente deveríamos encontrar no caráter de alguém que teme a Deus.

Eclesiastes 5:4-5 diz:
"Quando a Deus fizeres um voto, não te demores em cumpri-lo, porque Deus não se agrada de tolos; o que votares, paga-o. Melhor é que não votes do que votares e não cumprires... e não digas diante do "anjo" (mensageiro. sacerdote diante de quem fez o voto, seja um padre, um pastor, etc) que foi engano. por que razão se iraria Deus contra a tua voz, e destruiria a obra das tuas mãos?"

Quando temos essa consciência e esse entendimento de que quando casamos criamos um cordão de 3 dobras (você+Deus+cônjuge) percebemos que Deus estava junto na aliança e que quando esta é quebrada então é quebrado um juramento feito a Deus também.
Muitos casamentos acabam porque houve exatamente uma quebra de aliança, mas não com o cônjuge, e sim, com Deus. Vamos a igreja diante de testemunhas e na presença de Deus (representado geralmente por um sacerdote) e fazemos uma aliança (voto) com Deus e com o cônjuge. Mas por não ter um compromisso com Deus nós não o honramos e o cordão se torna de apenas 2 dobras com muito mais chance de arrebentar. Então, quando o casamento acaba, na verdade ele começou a desabar desde que Deus saiu da aliança.
Engraçado que muitas vezes quando estamos passando por lutas e privações (privações mesmo, não provações), logo abrimos Malaquias 3 e reivindicamos diante de Deus nosso direito a uma vida próspera, dizendo: "Deus, eu não aceito isso, pois eu sou dizimista fiel!".
Em outras palavras, estamos lembrando a Deus que nós temos uma "aliança" um "voto" com Ele (neste caso, o voto de ser dizimista) e estamos dizendo ao Senhor que nós temos cumprido a nossa aliança com Ele, e queremos que Ele cumpra a parte Dele, da aliança, nos fazendo prosperar.
Mas, achamos que o profeta Malaquias só fala dessa aliança, enquanto na verdade Deus relembra o povo de várias alianças, e, no capítulo 2:13-15 há uma outra aliança, que por vezes é quebrada e impossibilita Deus de cumprir a sua parte, uma vez que esta foi rompida pelo homem:
"Ainda fazeis isto outra vez, cobrindo o altar do SENHOR de lágrimas, com choro e com gemidos; de sorte que ele não olha mais para a oferta, nem a aceitará com prazer da vossa mão. E dizeis: Por quê? Porque o SENHOR foi testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira, e a mulher da tua aliança. E não fez ele somente um, ainda que lhe sobrava o espírito? E por que somente um? Ele buscava uma descendência para Deus. Portanto guardai-vos em vosso espírito, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade."

Deus termina o capítulo, dando Seu veredicto final sobre o divórcio:
"Porque o SENHOR, o Deus de Israel diz que odeia o repúdio, e aquele que encobre a violência com a sua roupa, diz o SENHOR dos Exércitos; portanto guardai-vos em vosso espírito, e não sejais desleais." (v. 16)

Antes de abrir Malaquias 3 para reivindicar a Deus seus direitos, leia os outros capítulos também e veja se você tem verdadeiramente cumprido os seus votos com Deus, para que ganhando de um lado, não perca do outro, como um saco de dinheiro furado.
O que estou querendo dizer com tudo isso, é que a base de um casamento não deve ser o "sentimento" (embora ele seja o combustível), mas sim, a responsabilidade de cumprir um voto que foi feito diante de Deus e para Deus, juntamente com seu cônjuge. Se o amor acabou é porque talvez alguém (ou os dois) tenham retirado a terceira dobra do cordão, a dobra principal, a aliança feita com Deus.
Quebrar uma aliança com o cônjuge é quebrar um voto que foi feito a Deus, seja feito por meio de uma cerimônia ou por um simples “eu te amo”.
Certa vez um pastor disse: Quando você diz a outra pessoa: "Eu te amo" e depois você a deixa, na verdade você mentiu para ela, porque quando você disse "Eu te amo" aquela pessoa passou em seu coração a projetar toda a sua vida com você" e quando você quebra essa aliança, você iludiu e frustrou todo um sonho. Quantos depois do divórcio se matam. Por que? Porque desde o dia em que foi feito um voto diante de Deus, (tenha tido cerimônia ou não) a sua vida toda foi projetada para viver "dois em um". E quando essa aliança é rompida já a pessoa não sabe mais como viver. É como um passarinho que foi pego ainda no início da vida e criado em cativeiro. Depois de grande se você o jogar na mata para viver a vida dele, para que ele seja livre, então na verdade, você o mata. Porque o que foi criado num cativeiro aprendeu a depender de outrem, e quando solto "sozinho" na selva, ele não sabe viver e morre.
Da mesma forma quando casamos, aprendemos a ser dependentes um do outro, e quando proclamamos liberdade (divórcio) nos expomos aos perigos da vida selvagem e expomos também o outro.
Deus criou o homem para formar uma família, e, embora o homem já tivesse Deus como seu amigo, ainda assim, Deus viu o homem só e disse: "Isso não é bom" (Gen. 2:18)
Quando fazemos uma aliança de casamento, Deus é o primeiro a sonhar um projeto para a duração desse lar, pois antes do homem, já era vontade de Deus que este vivesse em família. Quando quebramos essa aliança, destruímos os sonhos de Deus, aquilo que Ele projetou para nós como família, e por isso é que Deus odeia o divórcio.
Quando a comunhão com Deus é restaurada, o Amor renasce, como a árvore cortada que torna a estender suas raízes e brota novamente. Quando colocamos o "Amor" em primeiro lugar, antes da "Aliança" com Deus, então é como regar uma flor que não foi plantada, que não tem raízes.
E este é outro motivo pelo qual muitas pessoas quando em meio a crises matrimoniais ou mesmo divórcio, vão a igreja buscar a Deus para restaurar essa aliança, mas não conseguem, porque não entendem que o principal da aliança que foi quebrada, era a comunhão com Deus e buscam não aliançar-se com Deus, apenas que Ele restaure uma aliança da qual Ele não faz parte.
Não fomos criados para sermos independentes, mas dependentes de Deus e co-dependentes uns dos outros. O único que quis ser independente foi separado de tudo o que o podia torná-lo completo, sim, satanás, ele quis ser independente, e hoje vive em profunda solidão e trevas e desde que caiu buscou levar outros consigo. Foi assim que ele enganou Eva, oferecendo-lhe independência (ser como Deus) o que lhe trouxe separação de Deus.
O divórcio é a vontade de satanás. A reconciliação e a harmonia do lar é projeto de Deus.

POR QUE O AMOR ACABA?

A maioria dos problemas conjugais, quando da parte do homem, está quase geralmente ligado a vida sexual do casal, enquanto que em relação à mulher, está quase sempre ligado ao emocional. Dentre tantos, destaco aqui três importantes fatores de grande influência: Qualidade de Tempo. Afetividade e Toque.
Descrever aqui os diversos fatores que geram discórdia e contribuem para o divórcio, tanto da parte do homem como da mulher, certamente precisaria de várias páginas, uma bíblia do casamento, por isso, vou abordar apenas alguns fatores que creio serem os mais repetitivos na vida conjugal.

O TOQUE

O toque, é talvez, uma das maiores expressões de afetividade entre os seres humanos. O bebê ainda no ventre da mãe, sente o carinho dela e do pai ao tocar a barriga, a mãe ao dar a luz se sente protegida ao dar a mão ao esposo, o filho pequeno sente segurança ao dar as mãos aos pais quando estão na rua, o colo da mãe faz-se refúgio para o filho mais valente e robusto, o carinho dos namorados acende a reciprocidade do amor, até o carinho nos animais os torna mais dóceis. Amigos que têm intimidade se tocam freqüentemente numa conversa, seja por um aperto de mão, ou por um abraço.
No casamento não seria diferente. O toque é fundamental tanto para o homem quanto para a mulher, tanto para expressar carinho como desejo, logo o toque deve ser expressão de carinho, não forçado, não somente na relação sexual, mas como parte do dia-a-dia do casal.
O toque entre amigos é diferente do toque entre um casal. Há toques que expressam desejos, há toques que expressam carência, há toques que expressam malícia e há toques que expressam cordialidade. Por isso, cuidado com os tipos de toques que você recebe de outras pessoas, pois eles podem trazer problemas ao seu casamento e um ciúme não saudável à relação.
Casamentos terminam porque num momento de desavença do casal, um deles recorre carentemente ao “toque afetivo” de um amigo ou amiga, toque as vezes que gera um pseudo-sentimento de paixão, trazendo confusão e separação, pois a pessoa sente-se “amada” e “amparada” por aquele amigo ou amiga (sentimento que não tem sentido ultimamente da parte do seu cônjuge) e isso pode trazer a impressão de que aquele amigo ou amiga seria melhor para você do que o seu cônjuge. Além de estragar uma amizade (pois aquele amigo ou amiga que também é carente e sente reciprocidade sua acaba se entregando a este pseudo-sentimento) você põe em risco a aliança que você um dia fez diante de Deus.
Este também é outro motivo pelo qual nas igrejas os líderes (os que têm bom senso) orientam seus ministros a não fazerem aconselhamentos com pessoas do sexo oposto sem estar devidamente equiparado de seu cônjuge (tanto o ministro, como a pessoa ministrada, neste último caso, quando é casada ou quando é possível trazer seu cônjuge). Resumindo: homem ministra (aconselha) homem, mulher ministra (aconselha) mulher, e casal ministra (aconselha) casal.
Quantos casos você já não ouviu da irmã ou irmão que fugiu com um obreiro ou obreira, com o pastor ou pastora, e vice-versa, do irmão que se apaixonou pela irmã que estava ministrando (e era casada) e vice-versa, ou do irmão ou irmã casado que se apaixonou pelo irmão ou irmã, crente ou incrédulo, que estava ministrando? Tudo porque não houve um cuidado na hora de orientar os ministros e os membros, uma vez que todos somos seres emocionais, temos momentos de lutas no casamento e somos por natureza carentes de afetividade.
É por esta razão também que as epístolas pastorais do Novo Testamento advertem que tanto os obreiros como os pastores (que são os que devem aconselhar) sejam casados e bem casados, e casados apenas uma única vez e que tenham o testemunho de Cristo no seu casamento, tanto pela observação de outros cristãos como também dos que estão a sua volta mesmo dos incrédulos, exatamente para que não haja brechas de carência de afetividade e acabe caindo em adultério ou prostituição.

DA NECESSIDADE DO HOMEM

Diferente da mulher (salvo exceções), o instinto sexual masculino está mais ligado a questões hormonais do que de afetividade, embora um seja complemento essencial do outro. O homem sente a necessidade fisiológica de fazer sexo com muito mais intensidade que a mulher. O homem consegue fazer sexo sem necessariamente sentir afetividade, mas quando assim acontece, a falta da afetividade gerará futuros problemas ao homem, de ordem emocional, embora o sexo continue a ser suprido. A mulher sábia reconhece a necessidade de seu esposo sem que ele precise exprimi-la diretamente, e, tem o entendimento de que seu corpo não pertence mais para servir a si mesma, mas ao seu marido. Da mesma sorte o marido sabe que seu corpo não serve para dar prazer a si mesmo, mas a sua esposa, portanto, cada um oferece o seu corpo, a sua energia e disposição em favor da satisfação do outro e não de si mesmo.
“A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido; e também da mesma maneira o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a mulher”. (1Cor 7:4)

E para as mulheres que acham que isso é coisa do velho Paulo machista, a Bíblia nos diz que Deus foi quem constitui assim:
“... e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará.” (Gen. 3:16c)”

Faltaria espaço para escrever da falta de diálogo, da “desfeminização” da mulher quando se torna mãe, das amizades prejudiciais no casamento, dos intrometimentos de terceiros na relação (amigos, sogros, parentes, etc...), da carência sinestésica (falta do toque, carinho, contato físico), qualidade de tempo, dentre tantas coisas as quais quem sabe abordarei futuramente numa continuação do assunto.
Em suma, a insatisfação sexual do homem (e também a carência de afetividade), a falta de iniciativa da esposa e a sua passividade em busca da satisfação do esposo são freqüentemente a causa primordial das adversidades no casamento, por parte do homem.
Reinhard Bonkke certeza escreveu em seu livro “Evangelismo por Fogo”, numa abordagem sobre lealdade a Deus, a seguinte frase:

“A lealdade não espera ordens.”


Não espere seu esposo lhe dizer o que fazer, descubra nas entrelinhas do relacionamento o que ele está dizendo, mesmo de lábios fechados.
Tudo isso contribui para a extinção do amor (Eros) entre um casal.
Versículos para a mulher meditar: Prov. 31:10-31.

DA NECESSIDADE DA MULHER

Como já comentei, as mulheres por vezes têm necessidades diferentes do homem, no casamento. A mulher é mais emotiva, mais sensível, mais delicada, e suas necessidades envolvem maior atenção, maior dedicação e maior entrega de si mesmo a seu favor.
A Bíblia diz que o esposo deve amar sua esposa, com um sentimento de entrega a seu favor, da mesma forma que Cristo amou a igreja e se entregou por ela. (Efésios 5:25).
Este amor de entrega ultrapassa o amor sexual (Eros) e deve alcançar a intensidade do amor de Deus (Ágape). O amor “Eros” consiste na satisfação sexual, amor “Ágape” por sua vez, consiste no sentimento de entrega em favor de outro. E entrega significa “Renúncia”.
A principal renúncia que um homem deve fazer em favor de sua esposa, é o egocentrismo. Geralmente o marido espera que a esposa satisfaça suas necessidades e ele acredita que a satisfação dela é atender essas necessidades.
A mulher tem a necessidade de ser ouvida, de compartilhar seus sonhos com o seu esposo e espera que ele não somente “a ouça enquanto ele vê televisão e acena com a cabeça”, mas que ele ouça e interaja com ela, que seja seu cúmplice, ainda que ele não possa fazer nada para realizar seus sonhos, mas que sonhá-los juntos.
O homem por sua natureza egocêntrica (que em Cristo precisa morrer) é exigente e faz questão de externar a esposa quais as suas necessidades e vontades e também expressar o que não gosta, o que o ofende, mas raramente perguntará a esposa o que ela sente, o que quer, o que ela gosta e o que ela não gosta. Tornam-se assim duas pessoas que não se tornaram “um” conforme o mandamento de Deus, ou que se tornaram “um” apenas na aliança de dois corpos, mas não de dois corações.
Não é apenas ter “tempo” para ela, mas “qualidade de tempo”. É desligar a TV para ouvi-la contar suas histórias, é deixar as vezes de fazer o que se está fazendo para ouvi-la e interagir junto.
Se a mulher quisesse simplesmente ser ouvida sem a necessidade de interação, ela não casaria, ela compraria um gravador de som que sempre ouve e não diz nada, ou faria algumas sessões de terapia com um psicólogo ou psiquiatra que ganha por hora e não tem pressa alguma em terminar de ouvi-la.
Saber entender o silencio da mulher é deixar de dar atenção às próprias vontades para ouvir aquelas que sua esposa grita no silêncio dos lábios.
É deixar de querer viver como solteiro dentro do casamento e assumir o papel de ser “um” com ela. A esposa deve ser sua melhor amiga, sua confidente, sua metade, sua namorada, seu jardim, a primeira a saber, a que toma as decisões junto (embora não necessariamente a que dê o veredicto das decisões).
O fator Qualidade de Tempo (não apenas tempo) é um dos principais para a ruína de um casamento bem sucedido, por parte da mulher.
Versículos para o esposo meditar: Salmos 128.

A ALIANÇA COM DEUS – A BASE DE TODO CASAMENTO FELIZ

Acima de tudo, o melhor esposo é aquele que teme ao Senhor, aquele que tem aliança com Deus, aquele que fez do temor do Senhor a sua sabedoria. Aquele que não tem aliança com Deus, que não o teme, não pode de forma alguma ter o mesmo amor (ágape) que Cristo que teve pela igreja a ponto de renunciando a si mesmo, entregar-se em favor dela.
O homem que não tem aliança com Deus não consegue sacrificar o seu egocentrismo para viver em favor do outro. Por maior que seja o seu amor por sua esposa, será ainda um amor (Eros) ou mesmo um sentimento às vezes doente, porque somente aquele que conheceu a Deus conheceu o verdadeiro Amor (Ágape).
“Amados, amemo-nos uns aos outros; porque o amor é de Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor.” (1 João 4:7-8)

A mulher sábia é aquela que edifica a sua casa, seu casamento, seus filhos, com sabedoria. Sabedoria essa que somente Deus pode dar e Ele a dá as mulheres que O temem.
“Enganosa é a beleza e vã a formosura, mas a mulher que teme ao SENHOR, essa sim será louvada.” (Prov. 31:30)

E esta mulher, que edificou sua casa sobre Cristo – a Rocha – tem a promessa de que nem ventos, tempestades ou enchentes poderão destruir a casa cuja alicerce é o próprio Deus.
Da parte de Deus recebem a promessa de um lar bem ajustado e feliz, não isento de lutas e desavenças, mas com a certeza de que todas essas barreiras serão vencidas pois a dobra do meio, do cordão de 3 dobras não se arrebentará ainda que as outras dobras se enfraqueçam, Ele as segurará e as fortalecerá novamente.
Quando soube que iria casar, a primeira coisa que fiz foi gravar em minha aliança de casamento e na da minha esposa também, a seguinte inscrição: “meu nome-Jesus-nome da minha esposa”. Por quê? Uma simpatia? De modo algum. Mas porque era isso que determinei junto com minha esposa viver: uma vida onde Jesus seria o elo, o centro da nossa aliança, um cordão de 3 dobras.
Até hoje, por onde passamos, diante de todos que nos cercam e mesmo dos que não nos conhecem, somos conhecidos como “o casal feliz”, a alegria nos olhos de muitos e a triste inveja nos olhos de outros. E sempre que nos perguntam qual o segredo de sermos tão felizes e tão ligados, a resposta é mútua: O segredo é Jesus!
Significa que não temos lutas? Que não temos desavenças? Que não temos momentos de choro? Claro que temos. Mas a certeza de que nossa aliança está alicerçada em Cristo e de que nosso compromisso não é apenas com o outro, mas com o próprio Deus, nos faz erguer a cabeça, renunciar nosso egocentrismo, nos perdoar, nos reconciliar e manter vivo o amor (Eros) que é alimentado pelo Amor (Ágape), o Amor Maior, o amor de Deus!
Casamento é sinônimo de renúncia de si mesmo em favor do outro, este é o verdadeira sentido de um casamento e de uma aliança, e somente Cristo, Aquele a quem a Bíblia chama de “O Noivo” pode nos capacitar a viver essa renúncia em favor do outro. Ser livre é ser servo de Cristo.
Um casamento sem Jesus como centro não é uma aliança completa.
Faça uma aliança com Cristo ou renove-a!!!

O Vale Sombrio do Divórcio


O velho homem está deitado numa cama de hospital. Mas a cama está numa sala de estar e não num quarto de hospital.
Seu corpo já não serve mais a sua vontade. Seus músculos já foram tão danificados pela doença que se esticaram e enrigeceram como um cabo de guarda-chuva.
O homem respira através de um tubo encaixado a um buraco em sua garganta. Mas apesar de seu corpo ser ineficiente, seus olhos estão abertos - e procuram por algo na sala.
Eles vasculham a sala na procura de sua parceira...

Apertando um nó e segurando firme

Seus olhos vasculham a sala na procura de sua parceira, uma mulher cuja a idade é escondida por seu vigor juvenil. Apesar de seus cabelos serem brancos, ela é saudável e ativa, em contraste com aquela figura deitada na cama.
Energicamente, ela vai executar a sua tarefa do dia: cuidar de seu marido. Com uma lealdade indiscutível, ela faz o que vem fazendo pelos últimos dois anos. Não é uma tarefa fácil: ela tem que escovar os dentes dele, fazer a barba, banhá-lo, alimentá-lo, pentiar seu cabelo, escovar seus dentes.
Que cena preciosa é essa. Preciosa porque é um retrato de meu própio pai e mãe.
Alguns poderiam dizer que é uma cena trágica do que uma doença pode fazer com o corpo de um homem. Mas enquanto isso é verdade, essa cena é uma lembrança valiosa do que a devoção pode fazer com o casamento de um casal.
Quarenta anos oferecem muitas razões para desistir de um casamento. Mais portas que o suficiente para cair fora. Eles não apenas viveram durante uma Guerra Mundial como provavelmente também enfrentaram centenas de guerras domésticas. Então o que foi isso que deu a esse casamento um poder para permanecer? Uma vez, alguns meses antes de sua morte, eu perguntei a meu pai o que havia segurado ele e minha mãe juntos.
Ele me respondeu, "Bem, deixar o outro nunca foi uma opção."
Deixar o outro nunca foi uma opção. O que eles tinham era um casamento eterno - um casamento em que duas pessoas, face a face, dizem "Eu irei amar-te mesmo quando eu não sentir te amando. Eu irei te amar quando estiveres doente. Quando tivermos dinheiro e quando não tivermos, Eu te amarei para sempre."
Niguém disse que o casamento é fácil. A festa do casamento pode ser um evento, mas o casamento em si é uma conquista. Ele leva paciência, cuidados , muita entrega de si mesmo e sacrifício.

A promessa do casamento

Por que o compromisso do casamento é tão importante para Deus? Iria ajudar se lembrássemos que o nosso Deus é um Deus de compromissos. O divórcio não foi criado por Deus. Divórcio foi uma tolerância de Deus (Mt. 19:8-9)
Quando violamos o acordo do casamento, violamos aquilo que Deus nos chamou para ser. "O Senhor Deus de Israel diz, 'Eu odeio o divórcio...' por isso, tenham bom senso; Não sejam infiéis."
É fácil falar. Você não entende, Deus? Entro em minha casa como se estivesse entrando numa zona de guerra. Na sexta à tarde, eu prefiro ficar no trabalho do que ir para casa...
Nossa casa é tão cheia de tensão... Como poderia se esperar que eu cumpra esse tipo de compromisso?...
Como Deus responde a essa pergunta? "Eu espero isso de você porque Eu mesmo tenho honrado esse tipo de compromisso com você!"
Memorável. Deus estabelecendo um compromisso com o homem. Vez após vez, Ele iria honrá-lo.
Quando os filhos de Israel suplicaram a Ele durante a escravidão, Deus não os abandonou.
Quando Deus os libertou e eles quiseram voltar ao Egito, Deus não os abandonou.
Quando eles fizeram e adoraram a um bezerro de ouro, Deus não os abandonou.
Quando seu rei Davi mentiu, trapasseou, cometeu adultério e assassinato, Deus não os abandonou.
Quando Seus próprios amigos dormiram enquanto Ele agonizava na oração em Getsemani, Ele não os abandonou.
Quando Seu próprio seguidor deu um beijo de traição em Sua face, Ele não abandonou.
Quando um soldado romano o deixou em carne viva nas costas com chibatadas, Jesus não abandonou.
Quando os pregos cravados em Suas mãos e pés o proporcionaram uma dor horrível por todo o corpo, Jesus não abandonou.
Quando Ele voltou de sua cova e achou Seus apóstolos com medo, Jesus não os abandonou.
Esse é o tipo de Deus que servimos. Um Deus de promessas. Está aí o motivo pelo qual promessas são importantes para Deus. Um Deus que acredita que um compromisso estabelecido é um compromisso para ser honrado. Como um filho de Deus, essa é nossa herança. Uma herança que nos chama a sermos fiéis, não apenas a Deus, mas a nosso cônjuge. Se seu casamento precisa de uma reconstrução, você tem um Deus que o cobra a pedir a ajuda dEle para reconstruir seu lar.
Nós temos uma herança de fidelidade. Não tem razão maior para ser fiel a seu cônjuge do que honrar o Deus que foi fiel a você.

Mantendo os extremos equilibrados

Deus ama o divorciado, mas odeia o divórcio. Ah, como tendemos a ir de um extremo para o outro. Por um lado nós pregamos a ira de Deus àqueles que falharam em seus casamentos e elevamos o divórcio como se fosse um pecado acima de todos os outros (mas não é). O resultado são pessoas magoadas e feridas, perguntando a si mesmas se Deus vai algum dia ter lugar novamente para elas.
Do outro lado, em nosso esforço para sermos compreensivos com aqueles magoados e feridos pela separação, nós exageramos na compaixão. Essas pessoas irão pensar "Se o divórcio é tão fácil, então por que permanecer casado?"
Mas os extremos precisam se manter equilibrados. Deus odeia o divórcio. Ele odeia porque isso destrói seus amados filhos. Mas temos que falar na mesma altura para dizer que Deus ama o divorciado, e que esse não é um pecado acima dos outros.
Enquanto você se depara com esse dilema do divórcio, mantenha essas três verdades em mente:
Deus valoriza as pessoas. Por baixo de todo ensino teológico e doutrinal está essa verdade inabalável. E porque Ele nos valoriza, é que a lei de Deus existe, não para o nosso prazer, mas para nossa proteção. Nós pertencemos a Ele. Somos Seus filhos.
Deus valoriza a promessa. Ele é um Deus de promessas. Quando Deus promete algo Ele cumpre. Ele é honesto. Ele não volta atrás. Ele assume um compromisso. Deus sempre baseou Seu relacionamento com as pessoas através de promessas. Ele vive de acordo com a promessa, e não de acordo com um sistema ou um livro de regras.
Deus sabe que promessas quebradas quebram o coração das pessoas. Se eu o digo que irei fazer uma coisa e não faço, algo dentro de você se quebra. Se eu falho em cumprir uma promessa para minha filha, ela irá olhar para mim e dizer, "Mas pai, você prometeu." Uma promessa é tudo o que temos. Deus sabe que, como tudo é construído através de uma promessa, quando uma promessa é quebrada, corações são quebrados.

O divórcio é uma guerra

Se você está passando por um divórcio ou se você testemunha um divórcio, você sabe como uma pessoa com um coração quebrado se parece e se sente. Divórcio nos faz dizer e fazer coisas as quais nós acharíamos outrora incovenientes e inaceitáveis. O divórcio é uma guerra e, como em toda a guerra, existem ferimentos e fatalidades. É uma tragédia.
Você está pensando em se divorciar? Por favor, repense sobre seus planos. Dê a seu casamento tudo o que você possui. Tente o seu melhor. E se você já tiver feito isso, tente mais uma vez. Não ande apenas até o primeiro quilômetro, mas até o quinto, o décimo, o centésimo. Comece a ver o divórcio não como uma simples opção, mas como a última cartada.
Regue o casamento. Lembre-se do plano original. Mantenha-o vivo. E nunca, nunca subestime a dor de um casamento quebrado.
Lembre-se de que Deus odeia o divórcio (Mal.2:16). Divórcio não é um pecado acima dos outros. É um pecado. É errado. Mas é perdoável.
Você tem um casamento feliz? Seja compassivo com aqueles que não tem. Se existe alguém em sua igreja ou em seu círculo de amigos que se divorciou, faça sua parte para ajudá-lo.
Você está divorciado? Então procure pela misericórdia curadora de Deus. Se arrependa e recomece. Você se feriu em batalha, mas Deus pode extrair beleza de dentro da dor. Ele já fez isso antes; Ele fará de novo. Talvez a dor que você experimentou o ensinou a aconselhar outros que passam por esse sofrimento.

Qual é o limite do divórcio? O que Deus quer que façamos?

Se você está casado, Deus quer que você continue casado. Quando você se casa, você faz uma promessa diante de Deus. Ele quer que você assuma esse compromisso.
Se você está afastado, Deus quer que você faça todo o possível para se reconciliar com seu cônjuge.
É entendível que isso talvez não seja possível. As circunstâncias podem estar muito além de sua capacidade de ação. Entretanto, nosso Deus é um Deus de reconciliação. Um Deus que reconciliou uma humanidade pecadora com o Pai celeste também tem a capacidade de reconciliar casais separados. Ele não é apenas um Deus que cria, mas que também recria, e Ele quer recriar seu casamento com seu cônjuge. É um Deus que quer trabalhar dentro de seu lar e fazer o que você pensa ser impossível.
Se você está divorciado em desacordo com as escrituras, reconcilie com seu ex-marido ou ex-esposa. Se não é possível, então aceite a graça de Deus e siga em frente. Procure a partir de agora viver uma vida que agrade a Deus.
Deus é um Deus de misericórdia. Ele pode perdoar raiva, fofoca, malícia. É um Deus misericordioso. Ele é o Deus que teve misericórdia da mulher adúltera. Ele é o Deus que não apenas perdoou mas deu um propósito de vida àquela mulher samaritana que já havia passado por cinco diferentes lares. É um Deus de perdão? Sim.
No momento em que você estiver enfrentando uma possibilidade de divórcio, ou já estiver passando pela dor de um divórcio realizado, Deus quer guiá-lo para sair dessa situação.
Pegue Sua mão e saia desse vale sombrio do divórcio para um novo e ensolarado lado da montanha.


Autor: Max Lucado

Os Sete Pecados Capitais


Os conceitos incorporados no que se conhece hoje como os sete pecados capitais se trata de uma classificação de condições humanas conhecidas atualmente como vícios que é muito antiga e que precede ao surgimento do cristianismo mas que foi usada mais tarde pelo catolicismo com o intuito de controlar, educar, e proteger os seguidores, de forma a compreender e controlar os instintos básicos do ser humano. O que foi visto como problema de saúde pelos antigos gregos, por exemplo, a depressão (melancolia, ou tristetia), foi transformado em pecado pelos grandes pensadores da Igreja Católica. Assim, a Igreja Católica classificou e seleccionou os pecados em dois tipos: os pecados que são perdoáveis sem a necessidade do sacramento da confissão, e os pecados capitais, merecedores de condenação. A partir de inícios do século XIV a popularidade dos sete pecados capitais entre artistas da época resultou numa popularização e mistura com a cultura humana no mundo inteiro.

Comparação com os demônios

Em 1589, Peter Binsfeld comparou cada um dos pecados capitais com seus respectivos demônios, seguindo os significados mais usados. De acordo com Binsfeld's Classification of Demons, esta comparação segue o esquema:

  • Asmodeus - Luxúria
Asmodeus (em grego: Asmaidos, em latim: Asmodaeus, Asmodäus, em hebraico: Aschmedai (Talmud)) é um demônio da mitologia do Judaísmo.
Asmodeus é considerado um dos cinco príncipes do inferno abaixo de Lúcifer. É o demônio regente do sexo e da Luxúria. Também influi nas brigas entre casais. No livro deuterocanonico de Tobias, é citado como o assassino dos noivos de Sara. Deus envia o Arcanjo Rafael para guiar Tobias, encontrar Sara e prender o dêmonio nos mais altos picos terrestres. Depois de completar sua missão, o Arcanjo cura Tobit pai de Tobias e retorna para a Corte celeste.
Segundo seitas satânicas, a letra inicial de seu nome é parte integrante do acrônimo Baal, nome de deus pagão citado tanto nas escrituras sagradas do Torá (judaísmo) quanto na Bíblia (cristianismo), que se traduz nos nomes dos demônios Belzebu, Astarot, Asmodeus e Leviatã.

  • Belzebu - Gula
Belzebu (do latim diabolus, por sua vez do grego διάβολος, transl. diábolos, "caluniador", ou "acusador") é o título mais comum atribuído à entidade sobrenatural maligna da tradição judaico-cristã. Tratado como a representação do mal, em sua forma original de um anjo querubim, classe angelical responsável pela música celestial, que foi expulso dos Céus por ter criado a primeira (e talvez única) rebelião de anjos contra Deus com o intuito de tomar-lhe o trono. Com seu parecer ainda desconhecido, muitas são as tentativas de reproduzi-lo. O mais popular o levaria a ter uma cor vermelha, com feições humanas, mas com chifres, rabo pontiagudo e um tridente na mão, para remeter a um cetro. Alguns acreditam que este parecer foi criada, sobretudo, pela Igreja Católica.[carece de fontes?] Tal opinião alega que, como ela poderia perder seus fiéis para o paganismo, apropriou-se de um elemento de cada Deus pagão e reuniu-os, para que toda vez que um de seus fiéis olhasse para uma divindade sentisse medo, associando-a a Lúcifer[carece de fontes?]. Assim a perda de fiéis teria diminuido notavelmente.[carece de fontes?] Outra forma também comum quanto ao parecer corresponde a de um ser metade humano, metade bode, com o pentagrama invertido inscritos no corpo (imagem de Baphomet), embora não tenha ligação com ele), que foi a imagem iniciada pela Igreja Católica.

  • Mammon - Avareza
Na antigüidade, conforme sabemos, eram cultuados muitos deuses. Mamon, contudo, não era o nome de uma divindade e sim um termo de origem aramaica que significava dinheiro, riqueza. Jesus, no Evangelho, afirmou que não era possível servir simultaneamente a Deus e a Mamon (Lucas 16:13).
Lembrando que na linguagem evangélica e consoante os costumes da época, servo era aquele que obedecia às ordens de um senhor e que as determinações divinas se acham sintetizadas no "amar a Deus acima de tudo e ao próximo como a si mesmo", o que seria servir a Mamon? A que diretrizes obedeceriam seus seguidores? Evidentemente, àquelas resultantes do egoísmo aplicado ao relacionamento humano, quais sejam: dureza, agressividade, astúcia, desonestidade...
As duas posições são realmente inconciliáveis. Devemos notar, contudo, que o Mestre não condenou a riqueza em si e relacionou-se fraternalmente com pessoas de todas as posições sociais. Na verdade a riqueza constitui também um tipo de prova, de experiência para o espírito que deve aprender a administrá-la de tal sorte que ela multiplique o trabalho e promova o progresso.
O que Jesus realmente reprovou foi o apego à posse material e o desejo de consegui-la a qualquer preço o que ainda hoje ocorre com freqüência e levou um filósofo de nossa época a afirmar que a religião do homem moderno era o "monoteísmo do mercado", expressão severa mas que traduz bem a atitude dos que buscam a posse como um fim em si mesma, fazendo dela o centro de suas vidas, a condição essencial de sua felicidade.
  • Belphegor - Preguiça
Belphegor ou Belfegor ("o senhor do fogo"), divindade moabita venerada no monte Fegor. Demônio da preguiça, das descobertas e dos inventos. Era cultuado na antiga Palestina na forma de uma figura barbuda, com a boca aberta, tendo por língua um gigantesco falo. O sabá dos feiticeiros da Idade Média não foram senão uma repetição, herança das festas de Belfegor.



  • Azazel - Ira
Demônio de origem hebraica. O Levítico menciona-o como o bode espiatório , enviado ao deserto . "Deitando sortes sobre os dois bodes, para ver qual deles será imolado ao Senhor , e qual será o bode emissário." E, para espiar o santuário das impurezas dos filhos de Israel, das suas prevaricações contra a lei, e de todos os seus pecados "(L 6,8-34)
  • Leviatã - Inveja
"Leviatã" ou "Leviathan": (Hebreu) Demônio das águas, andrógino. Um dos maiores demônios, e o maior responsável pela atuação maligna no Brasil (um país com 12% da água doce do mundo e um dos maiores litorais). No livro de Isaías 27:1, Leviatã é descrito como a serpente veloz e o dragão do mar. Também e chamado de "O grande embusteiro", pela facilidade com que triunfa em lances políticos, tratados comerciais e intrigas palacianas. Toma, quando é visto, aspectos multiformes estonteantes e vertiginosos. Especializa-se em possuir as mulheres famosas. Leviatã é um dos quatro príncipes coroados do Inferno. Dos quatro pontos cardeais representa o Oeste. Dos quatro elementos, representa o elemento água.



  • Lucifer - Orgulho
Lúcifer (em hebraico, heilel ben-shachar, הילל בן שחר; em grego na Septuaginta, heosphoros) representa a estrela da manhã (a estrela matutina), a estrela D'Alva, o planeta Vênus, mas também foi o nome dado ao anjo caído, da ordem dos Querubins, como descrito no texto Bíblico do Livro de Ezequiel, no capítulo 28. Nos dias de hoje, numa nova interpretação da palavra, o chamam de Diabo (caluniador, acusador), ou Satã (cuja origem é o hebraico Shai'tan, que significa simplesmente adversário). Atualmente discute-se a probabilidade de Lúcifer ter sido um Rei Assírio da Babilônia.
A novela da Rede Globo, Sete Pecados, tinha como tema a obra A Divina Comédia, de Dante Alighieri, numa versão modernizada. Na novela, a personagem Beatriz, interpretada por Priscila Fantin, precisava fazer com que Dante (Reynaldo Gianecchini) cometesse os sete pecados para conseguir seu amor.
Na série de televisão Supernatural, da Warner Bros., mais precisamente no episódio 3.01 (primeiro da terceira temporada), os irmãos Dean Winchester (Jensen Ackles) e Sam Winchester (Jared Padalecki) precisam enfrentar os demônios que escaparam do inferno, e os primeiros que eles enfrentam são os sete pecados.
O canal "The History Channel", possui uma série que comenta exclusivamente sobre o assunto. Chamada "Setes Pecados Capitais", cada episódio retrata um pecado e suas características.

Referências Biblicas


"Seis são as coisas que aborrecem o Senhor e sete as que a sua alma abomina: Olhos ativos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, um coração que maquina projetos iniquos, pés apressados para o mal, testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia discórdias entre irmãos." Provébios 6:16–19

"Ora, as obras da carne são manifestas, as quais são: a prostituição, a impureza, a lascívia, a idolatria, a feitiçaria, as inimizades, as contendas, os ciúmes, as iras, as facções, as dissensões, os partidos, as invejas, as bebedices, as orgias, e coisas semelhantes a estas, contra as quais vos previno, como já antes vos preveni, que os que tais coisas praticam não herdarão o reino de Deus." Gálatas 5:19-21



Autor: Diversos

O Casamento


A máxima dos filósofos gregos de que o "homem é um ser de necessidades" foi transmudada para "o homem é um ser social" pelos antropocentristas do Renascimento. O que, evidentemente, é um jogo de palavras, que não tem o poder de alterar a realidade: o homem continua sendo um ser de necessidades. Precisamos de outras pessoas para continuar vivendo, e continuar... existindo.
Robinson Crusoé, aquele cara que vivia numa ilha perdida no meio do pacífico (lembra dele?), com certeza seria o último de sua espécie, se não pudesse encontrar alguém (do sexo oposto) com quem pudesse dividir o futuro e ter filhos.
Há uma ignorância muito grande acerca do casamento entre as pessoas do mundo todo. E, infelizmente, também dentro de nossas igrejas.
O que é exatamente um casamento? As pessoas não sabem exatamente o que é casamento. E, nos tempos moder-nos, as pessoas que se casam já vão para o casamento com a idéia de que "se não der certo, separa", como se fosse uma reles aposta, onde é possível ganhar ou... perder.
Aliás, é bem possível que você já tenha ouvido gente dizer que casamento é como uma loteria. Se for, podemos desistir de ter um casamento feliz. A loteria esportiva tem 999.999 números. Isto significa uma chance em um milhão. Em outras palavras, nesta ótica, somente um casal em um milhão seria feliz.
Dentro de uma ótica humana, e social, o casamento é algo como o encaixe de duas partes de uma mesma moeda, que se unem em torno de objetivos comuns. Duas pessoas com valores, referências, e objetivos muito distintos não vão permanecer muito tempo juntos.
Numa outra visão, um casamento é um relacionamento de duas pessoas de sexos opostos, onde deve haver dois elementos: sexo e amizade. Os cônjuges devem ser amigos e amantes. Não apenas amigos, mas também amantes. Não apenas amantes, mas também amigos. E isto é uma coisa rara (infelizmente) entre os casais.
Na maior parte dos casos são apenas amantes, que se unem numa conjunção carnal com o fito de descarregar as energias eróticas que a Natureza dotou ao ser humano. Mas não são amigos. Não se confiam um ao outro, e nem confiam um no outro.
Sabe, nós nos afastamos dos amigos que nos tratam com leviandade, aspereza, interesse, ou qualquer outro fator negativo. Mas quanto aos cônjuges, o afastamento não é assim tão simples por causa dos "eternos laços do matrimônio". O que fazer?
Você já percebeu que nós evitamos fazer um monte de coisas aos nossos amigos? Mas não temos o mesmo cuidado quando se trata de nossos cônjuges? Isto é, nós tratamos melhor nossos amigos do que aos nossos cônjuges. E por isso, nós damos mais ouvidos aos nossos amigos do que aos nossos cônjuges. Nossos cônjuges não são nossos amigos... Uma pena.
Casamento é, antes de tudo, uma instituição divina. Deus instituiu o casamento, e impôs algumas bases e diretrizes. Alguns "requisitos".
Os seres humanos são constituídos de três partes: corpo, alma e espírito. Um casamento é uma união entre estas três partes de duas pessoas de sexos opostos.
Se não houver a união entre estas três partes, o casamento tem muito pouca chances de sobreviver ao tempo...
Na verdade, uma grande parte das uniões matrimoniais que nós vemos por aí, são casamentos de aparências ou conveniências. São pessoas que já não se sentem bem na companhia do cônjuge. Na verdade, em alguns casos, a ausência dá mais prazer do que a presença. Em outros casos, tanto faz a presença como a ausência. É indiferente.
No primeiro caso, os cônjuges pensam: ruim com ele(a), pior sem ele(a). No segundo caso, os cônjuges simplesmente se acostumaram um com o outro. Não há mais paixão e carinho, mas uma coisa mecânica, repetitiva e rotineira.

1 - UNIÃO DE CORPOS

Ao contrário do que pensam as pessoas, a simples união de dois corpos, em busca de prazer não é suficiente para a manutenção de um relacionamento.
A beleza de um corpo não é suficiente para manter um relacionamento. Nós vivemos numa era de pessoas hedonistas, pessoas que estão em busca do prazer. Você já ouviu a expressão: "o que importa é o prazer"? Pois é. É uma expressão destrutiva e diabólica.
Você já deve ter ouvido a expressão "gosto de tal pessoa", ou algo semelhante. Gostar é um termo egoísta, que significa "me agrada". Nós gostamos de algo ou alguém que, por um motivo ou outro, nos agrada, nos atrai, e nos fascina. Ocorre que o nosso gosto está sujeito à fadiga, ao cansaço, ao desgaste, gerando o que chamo de "efeito chiclete". Você já ouviu falar do "efeito chiclete"? Não? Bem, vamos lá, então. Chicletes são gomas de mascar. Aqueles pedaços de restos de petróleo aos quais são colocados cores e sabores. Esses pedaços de borracha mole são mastigados por algumas horas (ou minutos) até que perdem o sabor. Então são jogados no lixo.
O problema que está a ocorrer é que algumas pessoas (algumas?) usam as outras como se fossem chicletes. Elas ficam juntas com outras pessoas que, por um motivo ou outro, lhes agradam, usando-as, sugando-as, espoliando-as, usufruindo delas, às vezes desfilando com elas como se fossem troféus. E chega um dia em que acaba o gosto, a paixão e a doçura de sua companhia. Quando então tais pessoas são descartadas, abandonadas, jogadas no lixo, desprezadas, com a seguinte explicação: acabou-se o que havia entre nós. Só que pessoas não são chicletes, não são coisas. São pessoas, são seres humanos que tem sonhos, valores, aspirações, desejos, almas que necessitam de carinho, amor e compreensão.
Podemos ver o "efeito chiclete" em casais que são invejados, cobiçados por milhões de pessoas no mundo todo. São ricos, famosos e bonitos. Mas que também estão sujeitos ao problemas comuns aos mais comum dos casais. Você já deve ter visto ou ouvido falar de Bruce Willis e Demi Moore. São ricos, bonitos e famosos. Passaram onze anos casados. E se separaram. Por quê? Porque não estavam mais se entendendo. Porque se cansaram da beleza um do outro. Porque a paixão acabou. O "gosto do chiclete" se perdeu ao longo dos anos tornando a convivência estéril, insossa e, talvez, até mesmo odiosa... A beleza de um corpo não é suficiente para a manutenção de um relacionamento.
Quando uma pessoa se apaixona por outra, invariavelmente está interessada no que pode obter, sugar, retirar, gozar, usufruir. Como uma fonte que mais cedo ou mais tarde vai se secar, ou... como um chiclete que vai perdendo o gos-to. É o que também acontece com a paixão: não resiste ao tempo. E desaparece como a neblina sob o calor do sol. A paixão é egoísta, e busca satisfazer o desejo do apaixonado.
A própria beleza é volátil, efêmera, transitória, passageira. Há algum tempo Isabella Rosselini, filha de Ingrid Bergman, nascida de seu relacionamento com Roberto Rosselini, foi demitida da agência de modelos para a qual trabalhava. Já está com mais de 40 anos de idade, e continua linda como sempre foi, mais não mais o suficiente para os padrões do mundo da moda.
A beleza de um corpo não é suficiente para a manutenção de um relacionamento. Não apenas a beleza, mas quaisquer atributos sobre os quais fundamentamos nossos sentimentos.
O segredo de um relacionamento produtivo e duradouro, é não dar muita importância ao que podemos receber do outro, mas sim o que podemos fazer pelo outro. O que acontece é que algumas pessoas (algumas?), inconscientemente, estão em busca da satisfação de suas necessidades de carinho e companhia. Até que acaba o encanto, a doçura e o mistério e as coisas começam a "andar pra trás". Mas não compreendem porque as coisas não dão mais certo entre si.
Outras pessoas (uma grande maioria), agem de forma consciente e deliberada: estão apenas a usar as outras pessoas para seus propósitos egoístas. Depois que conseguem o prazer que desejam... abandonam "o bagaço" sem o menor pudor ou cerimônia.
Eu gostaria de colocar nesta oportunidade que ninguém jamais será feliz sobre as ruínas da vida de outras pessoas. Utilizar-se de outras pessoas para conseguir o que se deseja (prazer, diversão, fama, fortuna, jóias, etc.), é uma prática perniciosa e destrutiva. E utilizar-se do próprio corpo para conseguir o desejado é uma coisa que a Bíblia chama de "prostituição".
Amar é dar maior importância à felicidade da pessoa amada do que à própria felicidade. Nós somos felizes à medida que fazemos com que as pessoas que estão conosco sejam felizes.

2 - UNIÃO DE ESPÍRITOS

Certa vez ouvi que casar é como pegar um ônibus, temos que entrar num que vá para onde queremos ir.
Pode parecer gozado, mas concluí que a afirmação é verdadeira. Não adianta tomarmos um ônibus ultra confortável, último tipo, com todos os acessórios modernos possíveis, se seu destino não for o nosso. Mais cedo ou mais tarde teremos que deixá-lo.
A propósito, Wim Malgo conta a respeito de um jovem que queria trabalhar com jovens; ele tinha seis possíveis pretendentes e falou a todas a respeito de seu projeto de vida. Cinco delas desistiram e ele se casou com a sexta que tem sempre alguém mexendo na geladeira de casa ou precisando de lençóis limpos.
Os futuros cônjuges devem saber o que exatamente querem que seja feito em suas vidas. Se os almejados forem demasiadamente distintos, não embarque numa canoa furada. É o que ocorre freqüentemente com pessoas que têm entre si credos diversos, um grande desnível intelectual, ou mesmo econômico, ou pessoas de culturas originárias diversas.
Ressalvo, porém, que não estou de modo algum afirmando que tais uniões estejam fadadas ao fracasso, mas que o amor é delicado demais para suportar os tão grandes e freqüentes reveses que inevitavelmente virão. Duas pessoas nunca andarão juntas se entre elas não houver acordo. Não exatamente concordância, mas acordo.
Os cônjuges deverão saber exatamente o que querem de suas vidas. Se o objetivo de ambos forem demasiadamente díspares, não embarque numa canoa furada.

3 - UNIÃO DE ALMAS

Olavo Bilac, um poeta simbolista que morreu já fazem alguns anos, disse, a uma certa altura de sua carreira, que devemos "deixar nossos corpos se entenderem, porque nossas almas nunca se entenderão".
Confesso que às vezes sou tentado a acreditar que o poeta estava certo, tamanha a dificuldade de se unir duas almas de sexos opostos. Aliás, o Autor de Eclesiastes diz que não encontrou uma mulher entre mil, que se enquadrasse em suas exigências (Ecl.7:28). Isso pode até ter sido arrogância do Pregador, mas o fato é realmente nunca va-mos encontrar alguém que se enquadre em nossas exigências.
Você lembra do Dr.Spock? Um personagem do seriado "Jornada nas Estrelas". Um ser alienígena, um vulcano cuja principal característica era não ter sentimentos, não ter emoções. Era totalmente racional. Totalmente dirigido pela ordem e pela razão. Isto fazia com que não tivesse que enfrentar as "armadilhas do coração". Mas também a sua vida não tinha cor e nem sabor.
Duas almas apaixonadas estão inegavelmente unidas. Amantes tem suas almas unidas pelo desejo.
A união de duas almas unidas pelos laços do sagrado matrimônio somente vão se unir com o decurso do tempo, com o longo, duro, gradual e doloroso processo de ajustamento conjugal.
Não tenha ilusões, e nem se deixe enganar pela propaganda mentirosa, falsa e destrutiva da TV, dos livros e das revistas que são editadas por quem não tem o mínimo conhecimento da Bíblia e nem sequer sabem o que significa
"o temor do Senhor é o princípio da sabedoria" (Salmos 111:10).

Homens são diferentes das mulheres, e as diferenças, as reentrâncias de suas personalidades devem servir para se completar, se complementar, e não para causar brigas e desentendimentos. Por isto pessoas muito iguais nunca devem se unir. Nunca haverá encaixe em suas personalidades.
Nós sempre esperamos que as pessoas façam o que nós faríamos, e que reajam como nós reagiríamos. E não é diferente num casamento. Os homens esperam que suas mulheres ajam e reajam como se fossem homens. E as mulheres esperam que seus maridos ajam e reajam como se fossem mulheres.
Cada qual deve entender que os anseios, as aspirações, e as necessidades de ambos não são iguais. São diferentes. E devem ser respeitadas, compreendidas e... aceitas.
O que freqüentemente acontece é que cada um não quer se submeter ao seu cônjuge. Mas quer (e exige) que seu cônjuge se adeqüe às suas próprias necessidades. Isto é, não quer ser e fazer o que cônjuge precisa e necessita, mas exige que o cônjuge se mutile, se transforme naquilo que sempre quis e sonhou.
Não existem "almas gêmeas". Não existem almas que foram feitas um para o outro. Esta é uma visão poética, fantasiosa e idealista que está na visão imaginária dos apaixonados e dos cantores que vendem ilusões.
Não existem casamentos perfeitos, porque não existem homens e mulheres perfeitos.
O que existem são casamentos que vão se aperfeiçoando a cada dia, com o aperfeiçoamento dos cônjuges. Cônjuges que vão renunciando aos seus propósitos egoístas, à sua arrogância e prepotência para se dedicar ao outro.
Você está pronto(a) para encarar esse desafio?
O que for feito fora desses padrões somente trará dor e sofrimento para todos. Principalmente para os familiares. Para as pessoas que estão junto contigo, e te amam, e te querem bem.
"Ponde-vos à beira do caminho e perguntai às veredas antigas qual o bom caminho. Andai nele e encontra-reis descanso para vossas almas" (Jer.6:16).

Inimigos do Casamento


São muitos os inimigos do casamento. Sem a pretensão de querer esgotar o assunto, apresento alguns deles.
TRAIÇÃO - Quando um dos cônjuges, quebrando a aliança e o compromisso firmado perante Deus e os homens, mantém relações sexuais fora do casamento. Falta gravíssima.
EGOÍSMO - O egoísmo revela falta de humildade e de amor. É quando um dos cônjuges só pensa no seu progresso pessoal, na satisfação de seus desejos e necessidades, sem se importar com os desejos e necessidades do outro.
EXIGÊNCIA DE PERFEIÇÃO - Quando um dos cônjuges está sempre a exigir do outro perfeição em tudo: saúde perfeita, controles perfeitos, organização perfeita. Não raro essas cobranças são recíprocas. Cada um deve olhar para si e verificar o quanto de imperfeição possui (orgulho, narcisismo, ambição, avareza, arrogância, palavras de baixo calão, obscenidades, conversas tolas, relacionamentos difíceis com pais e irmãos, etc). Os cônjuges devem reconhecer que são duas pessoas imperfeitas num mundo de imperfeições. E que ambos envelhecem a cada dia, e que cada dia num casamento é uma batalha ganha.
DESAMOR - Todos os desajustes surgidos resultam da falta de AMOR e HUMILDADE. Aliás, onde há amor verdadeiro há humildade. O amor tudo sofre, tudo perdoa, tudo suporta. O amor não muda com a velhice do cônjuge. O amor não se acaba com o passar dos anos; ao contrário, se fortalece. O amor não se exaspera com as falhas do outro. Quem ama verdadeiramente não se cansa de amar. O cônjuge não AMA o corpo esbelto e jovem do outro: ama a pessoa na sua totalidade; o convívio, a sua voz, seu jeito, sua personalidade, suas fraquezas, falhas e virtudes. O cônjuge que ama aplaude o outro nas vitórias e conquistas; ajuda o outro a levantar-se nas atribulações; chora com o outro nas tristezas; alegra-se com o outro nas alegrias. No Lar (diferente de uma casa com móveis e eletrodomésticos) deve haver PAZ e não guerra. Muitos possuem uma casa, mas não têm um Lar. Muitos cônjuges vivem guerreando entre si, quer por palavras, quer por atos, por omissões intencionais, por decisões arbitrárias e unilaterais, por palavras indiretas que ofendem, e em razão de muitas outras coisas. O casamento não se rompe de uma só vez: vai-se definhando lentamente, num passo imperceptível, como uma árvore que vai morrendo aos poucos, ao longo de vários anos de maus tratos.

Como ser feliz no casamento


O bom relacionamento entre marido e mulher é fundamental para o matrimonio feliz e este é indispensável para que haja uma família saudável. Numa visão cristã, com base na Bíblia, procuramos analisar alguns fatores importantes para a harmonia conjugal.

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Todo cristão sabe que o casamento é de origem Divina (Gn.1.27; 2:18-24). Podemos dizer que o casamento tem como objetivo primordial a união legítima entre um homem e uma mulher para:
- A felicidade do homem
- Construir família
- Servir a Deus
- Adorar a Deus
Com isso Deus visava propiciar ambiente e condições para felicidade do homem, não o deixando em solidão (Gn 2.18).

O QUE É NECESSÁRIO PARA UM CASAMENTO FELIZ

Aceitar os princípios da palavra de Deus para o matrimônio
O Cristão deve ter em mente que em tudo na vida deve submeter-se á palavra de Deus, como servo (Mt 20.25-28), temer a Deus e andar nos seus caminhos (Sl.128).

Submeter-se ao Espírito Santo para obedecer a palavra de Deus
Somente com o poder do Espírito Santo o casal tem condições de obedecer á palavra de Deus com relação ao casamento. Para tanto, precisa do Fruto do Espírito em seu relacionamento, conforme (Gl 5.22-23). O homem espiritual e a mulher espiritual, que são verdadeiros cristãos, demonstram isso na vida diária: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Havendo essas maravilhosas virtudes do Espírito, o casal o casamento e a família serão felizes.

Casamento Feliz
Com base na palavra de Deus, temos a seguir os requisitos que consideramos mais importante:
*Independência (Gn 2.24)
1) Emocional
2) Domiciliar
3) Financeira

União Espiritual
- Os dois precisam ter as mesmas convicções espirituais (2 Co 6.14);
- Precisam ter o mesmo comportamento espiritual no servir Deus (1 Pe 3.7).

União Psicologica
- Refere-se á união dos temperamentos, dos sentimentos, das emoções (1 Co 1.10);
- Equilíbrio emocional ¨temperados¨ fruto da temperança (Gl 5.22).

União Intelectual
- Resultante da formação de instrução do conhecimento adquiridos. Se possível, dois devem ter o mesmo nível intelectual aproximados.

União Social
- O casal origina-se de famílias diferentes: pais, sogros, parentes;
- constituem família (grupo social)
- Sociedade Casa – Família – Sociedade
- Aspecto legal (1 Co 7.39)

União Fisica /Sexual

1) Sua natureza

- Prevista por Deus (Gn 1.27-28; 2.24)
Não era, nem é e nem será pecado, dentro dos princípios de Deus (Hb 13.4).

2) Sua finalidade

- Procriação (Gn 1.28)
- Ajustamento mútuo entre marido e mulher (1 Co 7.1-7)
- Satisfação (bem estar, prazer) Pv 5.18; Ec 9.9 (ver livro de cantares de Salomão)
- Deus valoriza a união sexual entre marido e mulher (Dt 24.5)

3) Como deve ser, no plano de Deus

- Exclusiva;
- Monogâmica;
- Alegre (Pv 5.18);
- Santa (1 Pe 1.15; 1 Ts 4.4-8);
- Natural (Ct 2.6; 8.3);
- Observar o significado do corpo para Deus como: (1Co 6.19-20)
Templo de Deus, propriedade do Espírito Santo.

União Amorosa

- O marido deve amar sua esposa, até de modo sacrificial (Ef.5.25);
- A esposa deve amar o seu esposo (Tt 2.4).

Como demonstrar o Amor

- Com afeto, com carinho, com palavras (Ct 4; Pv 31.29);
- Com gestos, abraços carícias (1 Jo 3.18; 1 Pe 3.8);
- Fazendo o possível em favor do outro (Ef 5.25);
- Zelando um ao outro (Ef 5.29);
O amor é o elo principal do relacionamento entre o marido e a mulher. Se não houver o amor tudo desaba. Este amor deve estar dominado pelo amor Ágape (1 Co 13).

Respeito

- O marido deve respeitar a mulher (1Pe 3.7);
- A mulher deve respeitar o marido (Ef 5.33);
- Um não é maior que o outro (1 Co 11.11; Gl 3: 26-28).

Comunicação

- É necessário disponibilidade de tempo para comunicação entre casal (Ec 3.1-8);
- Inimigos da comunicação:
a) Excesso de trabalho no lar, no emprego, na igreja;
b) Desunião (Tg 3.13-18);
c) Desvio de atenções: Televisão, atividades, amigos.

Entender o conceito de liderança cristão no Lar:
1) O marido é a cabeça (o líder) do casal e do Lar (Ef. 5.22-23);
2) A mulher é vice-líder, ao lado do marido (adjutora) (Gn. 2.18; 1 Tm 5.14);
3) A liderança do casal esta sob a liderança de cristo (1 Co 11.1-3);
Deus <>

Podemos entender então, que para ter uma vida familiar e conjugal feliz precisamos cumprir os princípios de Deus de acordo com a sua Palavra.

Que Jesus os abençoe grandiosamente!

terça-feira, 24 de novembro de 2009

*Eu escolhi persistir






A época mais fria do ano chegara sobre o vilarejo recostado às montanhas do grande vale. Um menino atrevia-se na temperatura que cortava a pele, e descia uma ladeira com passos firmes. Nenhuma outra alma viva se encontrava por aquelas ruas.




Estava trêmulo de frio, mas apertava-se em si mesmo, e seguia em frente.





Algumas pessoas o viam passando da janela de suas casas, e instantaneamente ficavam espantadas. Logo, uma multidão perplexa diante da cena estava às janelas das casas, e discutiam entre si sobre o que tão pequeno menino estaria fazendo sozinho lá fora naquele frio.




Um vizinho o reconheceu e foi à porta de sua casa chamá-lo.




– Tá maluco, rapazinho? Volta pra tua casa! Você vai congelar aqui na rua!




- O meu avô está passando mal. Eu preciso chegar à farmácia. – respondeu o menino, reunindo forças para enfrentar o sopro gelado das montanhas que lhe vinha de encontro.




O homem deu de ombros para sua causa.




– O seu avô já está nas últimas, menino. Não perca tempo, não se arrisque. Acha que vai adiantar o que você está fazendo? Acha que ele vai se recuperar dessa vez? Vá pra casa! Esse frio vai te deixar doente! Salve a sua vida!




Mas o menino não lhe deu ouvidos, virou as costas e seguiu andando.



À frente, outro vizinho o reconheceu, chamando-o de pronto, muito espantado.




– Menino, endoidou? Olha o frio que está fazendo! Vá pra sua casa!




- O meu avô está doente, senhor. Está passando mal. Eu preciso chegar à farmácia.




O homem também tratou aquilo com indiferença.




– Menino, o que você tem na cabeça? Seu avô já está doente não é de hoje. Acha que ele vai viver muito, ou você que está querendo morrer? Vá zelar pela sua vida! Volta pra sua casa!




Mas o menino não aceitou, virou as costas e continuou seguindo em frente.Finalmente chegou à farmácia, e por insistência das batidas à porta, protestando muito, o dono do estabelecimento veio recebê-lo; e, como todas as outras pessoas, ficou espantado ao se deparar com aquele menino em pé diante da porta, trêmulo, lutando contra o frio.




- Eu preciso desse remédio, senhor. O meu avô está doente.




O homem sentiu o seu coração apertar. Segurando a receita médica nas mãos, olhou para o menino de relance. O pequeno o olhava com determinação. Não voltaria para casa sem aquele remédio para o avô. Como o farmacêutico ia lhe dar aquela notícia? Não tinha jeito, ele teria de dizer.




- Eu não tenho essa medicação – começou o homem, sentindo um nó na garganta. - Aliás, estou com pouquíssimos remédios em estoque. Devido a este mal tempo, o caminhão de entregas não conseguiu chegar até aqui.




O menino suspirou e olhou para baixo, avistando seus pés que doíam profundamente de cansaço e desesperados por um pouco de calor.




- Tem uma farmácia no outro vilarejo, há duas quadras. Mas, menino, olha como está frio! Olhe você, tremendo de frio! Venha, entre! Eu farei um chá bem quente, e trarei um agasalho pra você. Menino, não compensa ir até tão longe!




O menino ergueu os olhos e o encarou com tranquilidade e firmeza.




- Eu já andei até aqui. Duas quadras é pouco – falou, sem pestanejar. E seguiu em frente.




Alguns minutos mais tarde o pequeno tinha nas mãos a medicação de que precisava. E todo o vilarejo o acompanhou das janelas das casas na volta para sua casa. Foi uma cena comovente. Sozinho, trêmulo, apertando-se em si mesmo para se esquentar, ele seguiu, firme.




- Mãe, eu cheguei, e trouxe o remédio para o meu avô. Como ele está?




Dois meses depois, e a mãe levava à mesa um bolo todo decorado, para a comemoração do aniversário de seu filho. Ele surgira à porta da sala, trazendo enfeites para finalizar a decoração.




- Como você vai colocar esses enfeites no alto? Precisará de uma escada. – falou o pai, procurando ajudá-lo.O menino o olhou e sorriu com gratidão.




– Não será necessário. – E, olhando para o lado, avistou algo que fez seu coração transbordar de felicidade. - O vovô é bem alto e consegue alcançar.Então o senhor sorridente e cheio de saúde aproximou-se do neto, fez-lhe um cafuné, e tomou os enfeites para colocá-los onde o menino estava indicando.




As pessoas começaram a chegar. Todo o vilarejo viera saudá-lo, e participar com ele deste momento tão feliz. Ainda estavam admiradas com a bravura daquele menino em ter enfrentado
tão baixa temperatura para socorrer o avô por quem tinha um amor tão grande. Muitos não continham a emoção por vê-los vivos e saudáveis, e os que haviam desencorajado o menino a seguir em frente sentiam-se envergonhados, e mal podiam encará-los.




De repente a multidão não se conteve, e as pessoas começaram a questioná-lo, maravilhadas sobre como ele havia conseguido realizar aquele feito, de não ter se rendido ao frio intenso, à canseira, às propostas de desistência.




O menino olhou para cada pessoa em silêncio por alguns segundos, e foi simples como ele mesmo:




- Eu escolhi persistir.




Até a última quadra completada, não há quem determine que acabou, que não tem jeito. Até a última chance, alternativa, opção, maneira, não há quem possa dar a situação como vencida.




Siga em frente na estrada, e se necessário, ande mais duas quadras; mesmo que o frio, a canseira, tente lhe fazer desistir.




Siga em frente!




Isto só vai ruir se você desistir. Mas você não tem que desistir. Você pode continuar. Você pode! Você não tem quer dar ouvidos a quem te diz pra desistir. Você não tem que ceder! Não é regra. Não tem que ser assim!Não é regra se tornar, ter o mesmo, que os da sua casa, que os seus colegas de infância, de escola...




Você faz a regra!Você pode ir contra o vento cortante do peso da hereditariedade. Você pode fazer diferente!Siga em frente! Vá seguindo! Escolha conseguir. Escolha persistir!Diante das ofertas de desistência, de um sofá confortável que lhe convida a desistir da igreja, de um programa animado que lhe convida a desistir de orar, de buscar a Deus, de estar em Sua presença e fazer o que Lhe agrada, escolha persistir. Escolha dizer ‘não’ para isto que se faz parecer sua única opção, pois não é. Você pode ter um lindo testemunho amanhã para ajudar a outros, e ser imensamente feliz e realizado na vida, se escolher persistir hoje.




Em nome de Jesus, que amanhã, numa outra realidade, você possa dizer sobre a situação que está enfrentando hoje:




- Eu escolhi persistir!




Em nome de Jesus, diga hoje:




- Eu escolho persistir!
No amor de Jesus,